sexta-feira, 20 de março de 2009

Em Um(a) Mudo(a) De Sentimentos

Apenas no mood. Nada muito promissor; apenas aquela sensação durante um curto período de tempo que sabe-se lá quanto vai durar, se durar.

É tudo muito assim. Talvez por nossos pensamentos viajarem muito mais rápido que o tempo necessário para sairmos da inércia. E assim ficamos apenas no mood. Sentimos que queremos algo, mas com aquela sensação tão intensa e tão curta que, no momento seguinte: drástico contraste. Estamos mudos, no mud.

Aquele dejà vu sentimental; aquele cheiro que remete a uma sensação que, por uma fração de segundo lhe parece intimamente familiar mas, na fração seguinte lhe é totalmente estranha; ou aquele trecho da música que lhe parece injetar uma dose de adrenalina, mas depois percebe-se que foi apenas efeito placebo.

O velho duelo da racionalidade e a emotividade subitamente parece mais amigável pois, para sentirmos algo, temos que saber que sentimos. A todo momento mudamos o mood e, ao tentar encontrar alguma explicação, mutamos. Caímos no conflito de tentar simular o momento imediatamente anterior e logo desistimos, a ponto de jurar que nada aconteceu e que tudo pareceu. É como sonhar que estamos sonhando: não temos certeza do que realmente é real, acordamos sem saber se realmente acordamos. Pior: sonhar que estamos dormindo e sonhando com este sonho, estando assim eternamente presos às nossas ilusões.

E, por fim, lembramos que, de tempos em tempos, tudo cai no esquecimento.


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